Pesquisar este blog

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

PRODUÇÃO ENXUTA

             Este trabalho apresenta um breve conjunto de conceitos sobre os métodos relacionados à Produção Enxuta, Just in time, Kanban, MRP, MRP II, SCM. Cada tópico possui três parágrafos, sendo o terceiro uma síntese de meu entendimento sobre o diálogo estabelecido entre os dois autores consultados. Destina-se àqueles que buscam um entendimento introdutório sobre o conceito de Produção Enxuta.

PRODUÇÃO ENXUTA
Ritzman e Krajewski (2004, p. 401) esclarecem que a Produção Enxuta “concentra-se em estratégias de operações, processos, tecnologia, qualidade, capacidade, arranjo físico, cadeias de suprimento, estoque e planejamento de recursos. Os sistemas de produção enxuta ‘agrupam tudo’ para criar processos eficientes”.
Para Martins e Laugeni (2005, p. 461) a Produção enxuta caracteriza-se pela utilização de “diversas ferramentas e técnicas, como kanban, círculos de qualidade, QFD, células de trabalho ou de produção, entre outras, de forma integrada permitindo que sua produção seja extremamente flexível e adaptável, apesar de suas especificações rígidas de produto, fluxo de material e de atividades de produção.”
            A Produção Enxuta ou Sistema Toyota de Produção pode ser conceituada como um sistema de produção que visa a redução de tempo e de custos com a produção em todo os setores, gerando eficiência e  melhoria contínua dos processos. Os principais pilares da Produção Enxuta são as técnicas Just In Time, Kanban, Kaisen e cédulas de produção.

JUST IN TIME
De acordo com Maximiano (1995, p. 175) o método Just In Time “é o princípio de que peças e componentes utilizados em qualquer processo produtivo somente devem ser fabricados, fornecidos ou estocados quando necessários”.
Ritzman e Krajewski (2004, p.401) conceituam o sistema Just In Time como “um exemplo básico dos sistemas de produção enxuta, concentrando-se em reduzir ineficiências e tempo improdutivo nos processos, a fim de aperfeiçoar continuamente o processo e a qualidade dos produtos fabricados ou dos serviços prestados”.
            Baseado nas definições supracitadas pode-se definir o sistema Just In Time como um método que visa à produção na quantidade e no tempo demandado,  com objetivo de diminuir o desperdício de recursos, tempo e materiais durante o processo.       
           
KANBAN
Para Maximiano (1995, p. 176) o sistema Kanban objetiva “interligar a operação de produção ou transporte para que se produza ‘em tempo exato’ somente aquilo que se vende. Ademais, é um sistema que através do qual se pode controlar a produção, o movimento físico dos produtos e, em todos os setores, realizar a racionalização com eficiência e sem desperdício”.
            Ritzman e Krajewski (2004, p.407, 409) afirmam que Kanban significa “’cartão’ ou ‘registro visível’ em japonês, refere-se aos cartões usados no controle do fluxo de produção em uma fábrica”. Este sistema “permite à administração fazer uma sintonia fina do fluxo de materiais no sistema de um modo direto”.
            Entende-se por Kanban um cartão (ou dispositivo eletrônico) disposto junto aos materiais/produtos que permite o acompanhamento da movimentação de materiais/produtos e a comunicação entre os setores quanto à necessidade de reposição de peças. Desta forma ocorre a redução do desperdício de tempo e problemas com localização de materiais/produtos dentro da fábrica.

MRP
Segundo Ritzman e Krajewski (2004, p.367) o MRP (material requirements planning) significa Planejamento das Necessidades de Materiais. MRP consiste em “um sistema de informações computadorizado [que] foi desenvolvido especificamente para auxiliar as empresas na administração do estoque de demanda dependente e programar pedidos de reposição”.
Slack et al. (2008, p. 357) declara que MRP “é uma abordagem que calcula quantas peças ou materiais de diferentes tipos são necessárias e em que momento elas são necessárias. Isso requer arquivos de dados que, quando o programa MRP é rodado, podem ser verificados e atualizados”.
O Planejamento das Necessidades de Materiais (MRP) pode ser definido como um sistema computacional que possui um banco de dados baseado no mercado consumidor, o qual permite às organizações determinar, com certa precisão e rapidez, quais as reais necessidades de compra, reposição e fabricação de produtos.
MRP II
Conforme Ritzman e Krajewski (2004, p. 382) o MPR II significa planejamento dos recursos de manufatura. O MRP II é “um sistema que liga o sistema MRP básico ao sistema financeiro da empresa. O foco do MRP II consiste em auxiliar o gerenciamento dos recursos de uma empresa fornecendo informações baseadas no plano de produção para todas as áreas”.
Para Araujo, (2009, p. 225) “Os MRP II são, em geral, sofisticados sistemas informatizados, divididos em módulos, com funções direcionadas para o planejamento da produção, cálculo de necessidades de materiais, cálculo de necessidades de capacidade, etc.”.
Entende-se MRP II como a evolução tecnológica do MRP. O MRP II, por sua vez, auxilia o planejamento da produção e não somente dos materiais. O banco de dados do MRP II considera toda a capacidade dos equipamentos e de diversos recursos associados à manufatura.

SCM (Supply Chain Management)
De acordo com Gomes e Ribeiro (2004, p. 120) SCM significa Gestão da Cadeia de Suprimentos. “A GCS é o controle de materiais, informações e finanças dentro do processo que vai do fornecedor ao consumidor, passando pelo fabricante, atacadistas e varejistas. A GCS envolve a coordenação e a integração desse fluxo em várias empresas”.
Para Mentzer et al. (apud Ballou, 2006 p.28) “O gerenciamento da cadeia de suprimentos é definido como a coordenação estratégica sistemática das tradicionais funções de negócios e das táticas ao longo dessas funções de negócios no âmbito de uma determinada empresa e ao longo dos negócios no âmbito da cadeia de suprimentos, com o objetivo de aperfeiçoar o desempenho a longo prazo das empresas isoladamente e da cadeia de suprimentos como um todo”.
O conceito de Gestão da Cadeia de Suprimentos não pode ser confundido com o conceito de logística (movimentação física de materiais), pois o GCS abrange todos os processos de suprimento desde a matéria-prima até o consumidor final com o intuito de tornar a cadeia de suprimentos mais eficiente e sustentável. Ou seja, todas as empresas envolvidas na cadeia - fornecedores, fabricantes e vendedores – juntam esforços para diminuir os custos e maximizar a rentabilidade do processo.


REFERÊNCIAS
ARAUJO, Marco Antonio de. Administração de Produção e Operações: uma abordagem prática. Rio de Janeiro: Brasport, 2009. Disponível < http://books.google.com.br/books?id=jQePfZ3_hBwC&pg=PA225&dq=Os+MRP+II+s%C3%A3o,+em+geral,+sofisticados+sistemas+informatizados&hl=pt-PT#v=onepage&q=Os%20MRP%20II%20s%C3%A3o%2C%20em%20geral%2C%20sofisticados%20sistemas%20informatizados&f=false >. Acesso em 20 Dez 2011.

BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 5 ed. Porto Alegre:Bookman, 2006. Disponível em: < http://books.google.com.br/books?id=XTq7VgXxm5MC&printsec=frontcover&hl=pt-PT&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false > Acesso em 20 Dez 2011.

GOMES, Carlos Francisco Simões; RIBEIRO, Priscilla Cristina Cabral. Gestão da Cadeia de Suprimentos Integrada à Tecnologia da Informação. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. Diponível em < http://books.google.com.br/books?id=B06QoZ8jB8IC&printsec=frontcover&hl=pt-PT#v=onepage&q&f=false.>. Acesso em 20 Dez 2011.

MARTINS, Petrônio G.; LAUGENI, Fernando Piero. Administração da produção. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à Administração. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1995.

RITZMAN, Larry P.; KRAJEWSKI, Lee J. Administração da Produção e Operações. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004.

SLACK, Nigel.; CHAMBERS, Stuart.; JOHNSTON, Robert.; BETTS, Alan.  Gerenciamento de Operações e de Processos: princípios e práticas de impacto estratégico.  Porto Alegre: Bookman, 2008.

Nenhum comentário:

Postar um comentário